Foi nos inícios do século XIX, com o incremento do comércio marítimo costeiro, que os faróis se tornaram (ainda) mais indispensáveis. Mas havia um problema: para conseguir maior alcance era fundamental “concentrar” a luz. O físico suíço Aimé Argand (1755-1803), em 1781, já tinha inventado uma lâmpada cujo pavio concentrava mais a luz ao desenhar um círculo quase completo. Mas os sistemas de lentes utilizados para focar a luz da chama e para transportar o sinal luminoso em feixes concentrados eram muito caros; as lentes eram gigantescas, espessas e de bom vidro, para serem o mais transparente possível. Foi em 1822 que Augustin Jean Fresnel (1788-1827) resolveu o problema ao inventar um sistema de lentes mais ligeiro e económico.
As preocupações agora são outras… Por exemplo, o Farol das ilhas Selvagens, na Madeira, foi o primeiro farol português a utilizar células fotovoltaicas com recurso a energias limpas em 1981, iniciando assim um ciclo que culminará, certamente, na total automatização dos nossos faróis.
Mas farol também tem a ver com… individualidade! Não há dois faróis iguais, tanto em termos arquitectónicos como da “linguagem” utilizada… Cada farol tem uma forma própria de se “expressar”… Isto é, o sinal que emite é único e a razão é simples: o navio tem que identificar a terra por onde passa… Essa identificação é constituída por três elementos. O primeiro classifica a forma como a luz pisca: se emite sinais breves diz-se que emite flash (código “Fl”); se emite uma luz quase contínua, com interrupções curtas, diz-se de ocultação (código“Oc”); finalmente, se está tanto tempo aceso como apagado diz-se isofásico (código “Iso”). O segundo elemento refere-se à cor da luz – branca, vermelha ou verde – que habitualmente é identificada pela respectiva inicial em inglês. O terceiro corresponde à duração, em segundos, de um ciclo de luminosidade.
Na era da tecnologia, do GPS e do piloto automático, os faróis podem parecer obsoletos mas não é o que acontece; eles continuam a ser preciosos na ajuda que prestam aos navios. E continuam a ser fascinantes!