A cidade de Braga é a capital espiritual e religiosa de Portugal, uma espécie de Vaticano dentro do nosso país. Por essa razão não é de estranhar que um dos monumentos mais importantes desta cidade seja exactamente a Sé de Braga, também conhecida como Catedral de Santa Maria de Braga.
Não há quem não fique surpreendido com a antiguidade e com a beleza da Sé. Já lá vão mais de novecentos anos de história. Uma vida que de geração em geração se mantém fiel a si mesma. É a grandeza da história que nestas paredes se edifica e se eterniza no silêncio de quem pára para contemplar.
Sede da mais antiga arquidiocese de Portugal, a Sé de Braga é o ex-libris da cidade. Foi mandada construir no séc. XII por D. Henrique e D. Teresa, que têm os seus túmulos no claustro. Rivalizava o seu poder com a Sé de Santiago de Compostela.
Ao longo dos séculos, cada bispo quis deixar o seu próprio legado e por isso o templo teve diversos “acrescentos” e diferentes estilos arquitectónicos, desde o românico original, passando pelo manuelino e barroco.
Do estilo românico inicial, conservam-se a Porta do Sol, a planta com deambulatório, o pórtico principal e a absidíola do claustro de Santo Amaro. Foram seus arquitectos os prelados do Mosteiro de Cluny (França), São Giraldo e Maurício Brudino. No séc. XV, o gótico impôs-se na construção do galilé de entrada no templo. No interior, podemos encontrar um túmulo de talhe gótico-flamengo, pertencente ao filho do rei D. João I, o Infante D. Afonso. Do reinado de D. Manuel, no século seguinte, introduziram-se outros elementos decorativos em que se destaca a Pia Baptismal e, no exterior da capela-mor, um nicho com a estátua de Nossa Senhora do Leite atribuída a Nicolau Chanterenne, que integra o brasão da cidade.
O estilo barroco, não deixou também de marcar presença, sobretudo na decoração interior dos altares, nas obras de talha dourada, no grandioso órgão da capela-mor e nas duas curiosas torres sineiras, que marcam a fachada exterior.
As dependências exteriores à Sé, mas que mantêm uma relação indissociável com o monumento, foram executadas ao longo de séculos e revelam também muito da própria história do espaço catedralício bracarense. A Capela da Glória é a mais antiga e data do século XIV. Foi mandada construir pelo arcebispo D. Gonçalo Pereira, que aí se fez sepultar, ao centro da capela, num túmulo gótico da máxima importância para a história da tumulária medieval portuguesa, pelas analogias que apresenta em relação ao túmulo da Rainha Santa, em Coimbra, e pela particularidade de ter contado com a acção de dois escultores fundamentais deste período: Mestre Pero e Telo Garcia. Do século XVI data a Capela de Nossa Senhora da Piedade, fundação de D. Diogo de Sousa, em 1513, e onde o prelado escolheu sepultar-se. Já no século XIX construiu-se o actual claustro, que substituiu outro anterior, gótico, e que já no século XVIII ameaçava ruína.
Se passar por Braga, não deixe de visitar a Sé Catedral, uma das mais emblemáticas catedrais de Portugal.