Quer os viajantes exploradores do século XV, quer os viajantes da geração millennial de 2019 têm algo em comum: uma fome enorme por destinos novos e inexplorados. Tanta, que nos aventurámos a escolher/adivinhar quais vão ser os destinos para onde vamos viajar dentro de 20 anos.
Se em 1988 tivesse proposto a alguém viajar até uma cidade de Berlim dividida, o mais provável é que essa pessoa o tivesse tomado por snob. O mesmo se pode dizer em relação à Colômbia, país que em inícios dos anos 90 era sinónimo de insegurança e de narcotráfico. E até mesmo Lisboa, cidade que até há pouco tempo era um dos grandes destinos esquecidos da Europa.
No que diz respeito a turismo, muitos são os factores que condicionam a evolução de um destino emergente, apesar do primeiro passo passar pelas companhias aéreas e pelos primeiros voos charter para determinados países onde a situação política, a presença de hotéis ou mesmo uma foto no Instagram ajudam a dar a conhecer esse destino ao mundo.
Há muitos processos que compõem o panorama turístico actual e que o tornam mais volátil do que nunca e onde novos destinos se sobrepõem uns aos outros. Assim, se este ano for viajar para o Vietname, Bali ou para a Islândia, quem lhe vai garantir que não fará o mesmo em relação a estes destinos em 2040?
São Tomé e Príncipe
Com a Ilha da Madeira, Açores e Ilhas Canárias totalmente consolidados como destinos atlânticos e Cabo Verde em pleno despertar, é chegado o momento de navegar mais para sul em busca de novas ilhas.
Acariciado por uma linha do equador quente e tropical, o arquipélago de São Tomé e Príncipe forma não é apenas o segundo país mais pequeno do continente africano, como também é um paraíso escondido no Golfo da Guiné, apenas explorado por um punhado de turistas mais aventureiros.
O seu passado colonial convida a nos perdermos nos mercados coloridos da capital, São Tomé, ou a aventurar-nos pelo Parque Natural Ôbo e escalar o Pico Cão Grande, o grande ícone de uma ilha onde não faltam alojamentos em plantações de cacau ou praias com águas de cor turquesa.
Venezuela
O mundo está algo ansioso pela evolução do destino da Venezuela, mas num bom sentido. Apesar da situação política ter levado a um retrocesso de um país que até há pouco tempo era um dos melhores países da América Latina para viver, a verdade é que a Venezuela tem muitas coisas que permitem ainda manter a esperança: o dinamismo de Caracas, o impacto das Cataratas Ángel (a queda de água mais alta do mundo), ou paraísos caribenhos como o arquipélago de Los Roques ou a Ilha Margarida.
Uma mudança que poderá chegar após o impulso dado pelo governo à marca turística “Venezuela abierta al futuro”: uma iniciativa lançada há algumas semanas e que poderá seguir a estratégia de sucesso de Cuba que encontrou no turismo uma saída para a crise provocada pela queda da URSS nos anos 90.
Índia
Segundo as estatísticas da empresa Euromonitor, o país asiático com mais cidades visitadas na próxima década será a Índia. Considerado um país “especial”, reservado para pessoas que realmente se queiram conectar com o misticismo e com a magia da nação do Taj Mahal, o gigante indiano não será só um destino mais visitado do que actualmente, como também o aumento da sua classe média ajudará a consolidar novos mapas turísticos.
Será que está preparado para se perder na cidade rosa de Jaipur, ver o rio Ganges em Varanasi ou dançar ao som de Bollywood em Bombaim?
Dominica
Dizem que se Cristóvão Colombo voltasse a navegar pelas águas das Caraíbas, a única ilha que reconheceria seria a Dominica.
Exuberante e desconhecido, este país situado nas Antilhas Menores começou entretanto a acolher os seus primeiros hotéis ecológicos, conscientes do poder turístico desta ilha repleta de cascatas de sonho, selvas mágicas e de praias em que é possível mergulhar e ficarmos rodeados por peixes de mil cores.
Como exemplo, a cascata de Emerald Pool, guardada por centenas de papagaios, ou um borbulhante Boiling Lake que dá à Dominica um ar de uma espécie de Islândia tropical.
Omã
Contrariamente a outros países do Médio Oriente, Omã soube fazer bem as coisas. É uma nação pacífica, com menos preconceitos e que até tem fiordes como atracção turística. A tela perfeita para locais como a capital, Muscat, a qual gira em torno da Mesquita do Sultão Qaboos embelezada com o maior tapete do mundo, ou pelo deserto de Al Khaluf acariciado por praias virgens.
Estes cenários transformam Omã num destino em potência. Entretanto, o governo de Omã tem a intenção de levar a cabo o projecto Omã 2040, o qual pretende conseguir um aumento de turistas na ordem dos 6% durante os próximos 20 anos, potenciando o turismo de luxo como substituto do negócio petrolífero.
Sifnos (Grécia)
Já existem locais por esse mundo fora em que a massificação acabou por esgotar os recursos, sendo o caso mais relevante a pequena ilha grega de Santorini em que a chegada de dois milhões de turistas anuais levou os locais a pedir um “tecto para o turismo” em 2017.
Mas há já um destino que pretende fazer concorrência a Santorini. Segundo os especialistas, esse destino será a ilha de Sifnos, localizada na mais inexplorada zona ocidental das Cíclades.
Berço de oliveiras e lojas de cerâmica (as antigas ânforas gregas eram aqui fabricadas), Sifnos exibe o seu encanto entre aldeias pintadas de branco ou uma igreja dos Sete Mártires que clama o seu lugar como próximo ícone mediterrânico no Instagram… ou de qualquer outra rede social apareça entretanto até 2040.
Antárctida
Actualmente viajamos, mas também podemos optar por outros destinos onde se faz mais aquela coisa chamada “explorar”. E de todos os destinos ainda por explorar, o que continua ainda a ser o grande desconhecido é a Antárctida. O sul do nosso planeta é hoje visitado timidamente por cruzeiros que partem da Terra do Fogo, na Argentina, testando um terreno que verá ampliadas as suas possibilidades dentro de 20 anos.
Prepare-se para seguir os passos dos antigos exploradores que se perderam na imensidão gelada. Aprecie os grandes glaciares, as baleias que dançam entre os icebergues ou as colónias de pinguins imperador pouco acostumados a visitas.