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Entre o Montado e o Sol, 2 dias pelo Alentejo

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O Alentejo é vasto, tão vasto como rico e surpreendente a cada bocadinho que vamos conhecendo. Sendo a maior região portuguesa em área, é de todas a menos densamente povoada, e isso, para nós, é excelente e significa que grande parte da viagem é feita na companhia simplesmente da beleza natural de paisagens e animais.
No entanto, e apesar desta ser uma das regiões do país de maior facilidade de contacto com a natureza, são as pessoas que fazem dela algo verdadeiramente cativante. Tendo isso em vista, quisemos explorar um pouco do Alentejo seguindo sobretudo a sua história e as suas tradições. Ficámos alojados em Évora e o roteiro que vos mostramos foi na realidade distribuído nos 2 dias que passámos por terras alentejanas.
Passámos por várias cidades, vilas e aldeias, por quintas e vinhas, olivais e pastos, mas tentámos seleccionar os pontos principais do percurso, que agora partilhamos com vocês.
Reguengos de Monsaraz

Reguengos de Monsaraz

Depois de mais de 2h00 de viagem até ao centro do Alentejo a nossa primeira paragem oficial foi em Reguengos de Monsaraz. Esta cidade de 7000 habitantes acaba frequentemente esquecida em prol da sua freguesia de Monsaraz, que abordaremos mais à frente, mas na realidade é merecedora de uma paragem.
O nosso principal destaque vai para a igreja matriz, bem no centro da cidade e que impressiona pelo seu estilo imponente e simultaneamente diferente de tudo o que é habitual, sobretudo pela presença da cor azul em quase toda a sua fachada. A torre do sino principal é bastante alta e os arcos laterais fazem desta igreja um local merecedor de um olhar mais atento.
A beleza desta cidade estende-se às ruas do seu centro histórico, tipicamente caiadas e marcadas com uma risca colorida e também ao edifício da câmara Municipal, uma obra que nos relembra sempre de onde estamos. É também nesta zona que se encontram as principais adegas do Alentejo, portanto, se quiserem saber mais sobre esta região vinícola ou agendar uma visita a uma das muitas adegas da região, podem fazê-lo também no posto de turismo da cidade.
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Monsaraz

Falamos de um dos locais mais emblemáticos do Alentejo, a aldeia de Monsaraz. Desde cedo este local foi marcado pela história, tendo recebido foral em 1276 e mantendo-se durante muitos anos como um ponto chave na defesa fronteiriça do Reino Português. Hoje em dia este é um local que definitivamente não pode faltar em qualquer roteiro pelo Alentejo.
Ao passarmos a muralha a primeira vista é única, ou não estivéssemos num local onde todas as ruas são de pedra e as casas tipicamente caiadas de branco, numa sequência contínua apenas interrompida pelas igrejas de aspecto antigo e a torre do castelo lá ao fundo. Poucos metros depois da entrada na aldeia encontrámos uma pequena mercearia que se manteve fiel ao passado, mantendo os produtos tradicionais portugueses bem arrumados nos armários de madeira envernizada e a típica balança de pratos que hoje em dia já é raro encontrarmos.
O percurso pela aldeia continua e já depois de termos dado a volta junto à torre de menagem, onde se encontra o posto de turismo de Monsaraz e um café muito agradável, chegamos a um dos pontos altos desta aldeia, a sua praça principal, com o pelourinho no centro e a magnífica igreja matriz logo ao lado. Vale a pena entrar na igreja que está muito bem conservada e apreciar um pouco da sua riqueza em arte sacra.
A passagem por Monsaraz não está completa sem a paragem para almoço no restaurante “Sabores de Monsaraz”, já várias vezes referenciado no guia “Boa Cama, Boa Mesa” e também no guia Michelin. É impossível ficar indiferente à simpatia da dona Isabel e ao sabor dos pratos típicos que confecciona e que nos deixam a chorar por mais.
aldeia da luz

Aldeia da Luz

Assim que descemos o monte no qual se encontra Monsaraz entramos naquele que é agora território do Alqueva. Certamente estarão lembrados da antiga aldeia da luz que foi “sacrificada” para que ali nascesse aquele que é o maior lago artificial da Europa. Não quisemos então deixar de visitar a nova aldeia da Luz.
Se nos dessem a possibilidade de construir a cidade de Lisboa de raiz noutro local, algo que seria garantido é que essa iria ser feita à imagem da sua tipicidade e arquitectura de marca e foi exactamente isso que aconteceu com a aldeia da luz. Em 2002 foi construída de raiz num estilo tipicamente alentejano e muito harmonizado e esta é a razão pela qual deve ser visitada, por ser uma imagem organizada da ideia moderna de Alentejo.
Passem de carro, a pé, ou de bicicleta, mas não deixem de navegar pelas ruas largas desta aldeia ou descansar um pouco na praça principal.
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Barragem do Alqueva

Com quase 100m de altura e 500m de largura, a barragem do Alqueva foi responsável pela mudança profunda que ocorreu nesta zona alentejana. Na realidade permitiu o desenvolvimento de várias actividades de lazer e turismo que agora se dispersam pelos braços da albufeira e que parecem não ter fim.
Aconselhamos uma paragem junto à comporta principal, onde geralmente é possível ver um grande lago artificial que teimosamente parece coexistir com as margens secas e povoadas de sobreiros. É também aqui que se encontra o famoso painel metálico de letras que convida a fotos mais artísticas. Se se quiserem refrescar, encontram uma boa praia fluvial a menos de 300 metros deste local ou então podem fazer um cruzeiro de 1h no Alqueva.
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Évora

Para o fim deixámos aquela que é a capital do Alentejo, uma cidade de muita história e de muitas histórias, de contos e lendas e de boa mesa. Perante um calor abrasador não quisemos deixar de explorar o que esta cidade magnífica tem para nos oferecer. O percurso começou então com a subida até à famosa praça do Giraldo. Aqui, facilmente nos deixámos deslumbrar com este rossio rodeado de arcadas de pedra de todos os lados, com a fonte bem cuidada no centro e a Igreja de Santo Antão no seu topo, agora renovada.
Daqui, seguimos por entre as ruas estreitas mas sempre cheias de história, até àquela que é a atracção mais famosa desta cidade: O templo de Diana. Este monumento, também classificado como património Mundial pela UNESCO data do século I d.C e é uma imagem aberta para a arquitectura Romana da então chamada cidade de Ebora.
Logo mais à frente é impossível fugir à sé de Évora. Este monumento construído em 1250 no estilo gótico continua a merecer uma visita atenciosa. As suas torres constituem o edifício mais alto da cidade, sendo visíveis a dezenas de Kms de distância. Não visitámos o interior da Sé (A entrada é paga e tem o custo de 3€), no entanto, é possível subir ao terraço intermédio e desfrutar de uma vista privilegiada.
Visitámos também a capela dos ossos, estando situada na renovada igreja de São Francisco. A sua mensagem é clara e pretende reforçar a duração limitada da vida e a fragilidade da mesma. Para a construção desta capela foram utilizados ossos de dois cemitérios existentes e que incluem os restos mortais de adultos e crianças.
Por esta altura o calor fazia-se sentir fortemente, pelo que achámos por bem terminar o nosso percurso pela cidade (Cientes de que haveria muito mais para explorar nesta que é uma cidade incrível e cheia de coisas por mostrar e contar).
Neste nosso roteiro fizemos ainda passagens breves por Mourão, Moura, Portel e Arraiolos, todas elas localidades merecedoras de uma visita com mais tempo, pela riqueza histórica e patrimonial que oferecem. Adorámos estes 2 dias por terras Alentejanas e ficámos com a certeza de regressar para completar o roteiro e visitar mais zonas alentejanas, mas numa próxima, com menos calor esperamos nós.
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