No dia 27 de Julho de 1947, quatro homens da vila – Ernesto Morais, Manuel Zé “da Tia”, Manuel “Trouxa” e Jaime Caetano – decidem aventurar-se. Desobstruem a fenda, entram pelo algar, lançam cordas, descem até uma pequena galeria e… ficam deslumbrados perante tanta beleza. Estavam certamente longe de pensar que tinham descoberto um dos locais que, actualmente, mais turistas atrai em Portugal: desde 1974, ano da inauguração ao público, até aos nossos dias, as Grutas de Mira de Aire já receberam mais de 6 milhões de visitantes!
As Grutas de Mira de Aire, com 11 quilómetros de extensão, dos quais apenas 600 metros são visitáveis, situam-se em plena zona centro de Portugal, uma região muito rica neste tipo de património. Fazem parte integrante do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, em pleno maciço calcário estremenho e foram formadas há mais de 150 milhões de anos, na Idade Média Jurássica, numa altura em que os dinossáurios habitavam a região.
Visitar as Grutas é descobrir um mundo fantástico, feito de estalactites e estalagmites, por entre salas, galerias e cursos de água, como a Sala Vermelha, a Sala Grande, a Joalharia, o Rio Negro e o Grande Lago, desafiando a imaginação do visitante com nomes bem sugestivos: a Alforreca, o Marciano, a Boca do Inferno…
As Grutas de Mira de Aire estão historicamente associadas à fundação da espeleologia portuguesa, e a sua complexa rede subterrânea atrai permanentemente os especialistas que continuam, regularmente, a realizar novas investigações e descobertas.
As Grutas de Mira de Aire são umas das 7 Maravilhas Naturais de Portugal. Não deixe de as visitar. Elas são a Capital do Mundo Subterrâneo português.
Foto via Wikimédia Commons