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Lisboa, uma cidade diferente vista do Tejo

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Uma das nossas convicções enquanto viajantes, turistas e aventureiros é de que a única forma de realmente absorvermos tudo o que as viagens ao estrangeiro nos proporcionam é conhecer bem o nosso país primeiro. Na realidade, como já devem ter percebido noutros artigos, nós gostamos de ser turistas no nosso próprio país, e neste caso, na nossa capital, Lisboa.
Em boa verdade, quase sempre aquilo que achamos que já conhecemos pode ser explorado novamente e permitir a descoberta de algo novo, nem que seja uma simples maneira diferente de olhar para algo. Foi tendo por base essa forma de pensar que quisemos conhecer a Lisboa que já conhecíamos, mas de maneira diferente! Pensámos então ” Porque não ver Lisboa a partir do seu eterno companheiro, o rio Tejo?”.
Já dizia no seu poema Adília Lopes em 2006 ” Lisboa, cidade prateada, semeada no Tejo“. Na realidade, a relação desta cidade com o rio Tejo faz parte da sua existência. No início, sobretudo como elemento natural de defesa, mais tarde, como via de ligação a outras partes do país e atualmente, um importante aliado no turismo de Lisboa.
Tendo tudo isto em conta, uma tarde de Domingo, dirigimo-nos à doca do Bom Sucesso, em Belém. O dia estava estava quente, o céu limpo e toda a zona ribeirinha cheia de atividade e de vida. À nossa espera estava um barco que se destacava de todos os outros, de grandes dimensões, com o seu mastro alto e toda a sua estrutura bem tratada e tipicamente portuguesa. Era o barco da Senhora do Cais, a empresa que escolhemos para nos levar pelo Tejo.

Senhora do Cais Boat Tours

As viagens a bordo do barco da Senhora do Cais são realmente diferentes de todas as outras que se encontram disponíveis, especialmente porque nos levam a viajar não só no Tejo, mas também no tempo. O barco é um dos típicos barcos do Tejo que diariamente circulavam entre margens até meados dos anos 60, levando pessoas e carga.
Podem também consultar o facebook aqui.
O próprio percurso desenhado para as experiências, permite observar todos os panoramas e ângulos da zona ribeirinha de Lisboa e também das zonas da margem sul e é garantido que se conseguem as melhores fotos e os melhores momentos. Existem várias experiências disponíveis: A viagem de 1h, o sunset e a viagem alargada de 2h. A relação qualidade de Experiência vs Preço é muito boa e, tal como podem ver aqui , a nossa e a maioria das opiniões são excelentes!

A viagem pelo Tejo

À medida que vamos saindo lentamente da marina, começamos a ter a percepção do quão diferente é a cidade que tão bem conhecemos vista a partir do Rio. Começando logo pela torre de Belém, a forma como a vemos é muito diferente e é a partir do Tejo que se percebe melhor o porquê da sua função centenária de forte de proteção de entrada no estuário.
Depois de uma passagem rápida junto à fundação Champalimaud, damos meia volta e começamos então a subir o rio. O primeiro monumento após a inversão de sentido é o padrão dos Descobrimentos. Também aqui conseguimos ter uma visão muito diferente do próprio monumento e nota-se bastante a proeminência do mesmo para dentro do rio.
A viagem prossegue e rapidamente e temos à nossa esquerda o museu da eletricidade e o MAAT. A vista que temos destes dois edifícios, tão diferentes e contrastantes, torna-se na realidade uma pintura bastante alinhada de duas “Lisboas”, o antigo e o moderno, o passado e o futuro, o saudosismo português e a esperança futura.
Continuamos pelo rio em direção a norte e quando reparamos estamos mesmo a passar por baixo da Ponte 25 de Abril. Este é sem dúvida um dos momentos altos do percurso. Realmente, se já nos impressionamos com a beleza desta ponte a partir de qualquer uma das margens, a vista a partir do rio e das suas fundações é verdadeiramente incrível e memorável!
Depois de passarmos a ponte, a zona que se segue não é tão bonita como as anteriores uma vez que entramos na zona do Porto de Lisboa, e portanto, o cenário oferecido é de cargueiros e contentores com a cidade solarenga como fundo. No entanto, rapidamente entramos na zona do Cais do Sodré, e somos brindados com o acenar de turistas a passar na renovada ribeira das Naus.
Antes de fazermos nova meia-volta, foi-nos proporcionado um momento único em que passámos junto ao cais das colunas, com o terreiro do Paço como fundo. De certa maneira, conseguimos sentir também o entusiasmo daquele que ali zarpavam nas naus portuguesas em direção ao desconhecido.
Por fim, a viagem terminou com a chegada à doca junto à estação de Cais de Sodré, com toda a cidade de Lisboa sobre nós brilhando ao sol.
Podemos dizer claramente que esta foi uma experiência verdadeiramente fantástica. Desde que saímos da marina até à chegada ao Cais do Sodré, o cenário que entrava pelos nossos olhos foi sempre único, diferente e impressionante, não por ser mais ou menos belo, mas sim por oferecer uma nova realidade à realidade que já conhecíamos.
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