Na pontuação final também pesaram a percepção da gestão da crise de saúde causada pelo COVID-19 (50%) durante a primeira onda pela imprensa internacional e líderes de opinião, a sua capacidade de criar uma marca turística (25%), e uma marca económica (25%). Segue-se Singapura (7,68) e a Coreia do Sul (7,5) nas segundas e terceiras posições, respetivamente.
Estes resultados globais coincidem devido à divisão dos prémios por continente, incluindo Ásia, Médio Oriente e Oceania. No que diz respeito à Europa, a Alemanha, com uma pontuação média de 7,41, foi a vencedora. Mais uma vez, o júri elogiou a rápida resposta do país. Portugal (6,78) e Finlândia (6,45) conquistaram o segundo e terceiro lugares, respetivamente. Nas Américas, o Canadá (7,06) foi o vencedor, seguido pela Colômbia (5,61) e o Chile (5,6). Em África, apenas Marrocos, que ocupa a primeira posição, conseguiu a aprovação (5,7), enquanto a África do Sul (4,96) e o Egipto (4,84) ficaram entre o top 3.
A cauda da Europa
Dos 13 países europeus analisados, todos os países que não conseguiram gerir com êxito a crise do COVID-19 ficaram muito atrás dos restantes países europeus que foram seleccionados. Portugal, com uma avaliação média de 6,78, ficou à frente de países como Reino Unido (4,4), Hungria (4,17) e Rússia (4,08). A atuação de todos estes governos foi duramente criticada pela imprensa internacional, que destacou a má gestão da situação e as deficiências de um sistema de saúde pública que se enfraqueceu nos últimos anos.
Gestão de pandemia, um novo componente na contrução de uma Marca País
Embora a capacidade dos países de gerar marcas económicas e turísticas sejam componentes básicos na construção da Marca País, a gestão da pandemia representa um novo eixo fundamental para a imagem internacional cultivada pelos territórios. Assim, entram em jogo elementos essenciais como a segurança da saúde e a capacidade de resposta a este novo paradigma.
É evidente que os países que publicamente responderam melhor à pandemia, como é o caso da Nova Zelândia, Alemanha e Canadá, serão os primeiros a recuperar de uma crise global: não demonstraram apenas um forte sistema interno, mas também foram capazes de gerar confiança na esfera internacional.
Assim, o júri de peritos pôde avaliar essa gestão, para além da capacidade de promoção turística e económica da sua marca, através de um estudo independente de perceção e reputação de marca em 40 países pré-seleccionados. O júri é presidido por Didier Lagae, autor do livro Marca País, Um País como Marca (cujas edições em inglês e francês foram publicadas recentemente), bem como por reconhecidos profissionais da comunicação e diplomatas.
John Harrington, Chefe de Redação da PRWeek, afirma: “COVID-19 está a levar ao restabelecimento do consenso global em muitas nações. Vários estados poderosos viram as suas reputações destruídas pela incapacidade de governos populistas na gestão da crise. O oposto verifica-se nos países asiáticos, democráticos ou não, que geriram a crise com muito mais eficácia. O mesmo poderia ser dito de estados sociais-democratas com uma infraestrutura decente e governos de centro-esquerda, como a Nova Zelândia ou a Alemanha. Depois da crise mais imediata passar, a reputação daqueles que geriram mal a sua marca provavelmente será seriamente prejudicada.”
Didier Lagae, recentemente reconhecido como European PR e Global PR Professional of the Year, assim como CEO e Fundador da MARCO, comenta: “A Nova Zelândia assinalou a sua presença no mapa. O país forneceu um exemplo perfeito de excelente gestão de crise para obter uma reputação de marca país impecável e, portanto, foi premiado com o primeiro lugar do Prémio de marca país. A liderança política encabeçada pela primeira-ministra Jacinda Arden foi fundamental e traduziu-se num grande impulso para a reputação geral da marca nacional da Nova Zelândia.
Em contraste, outros países com uma reputação de marca-país mais tradicional, como os Estados Unidos ou o Reino Unido, foram gravemente prejudicados pela sua má gestão da crise pandémica.
Claramente, o COVID-19 não afetou apenas milhões de pessoas a nível local, mas ao mesmo tempo também abalou as classificações das marcas país, dependendo de como cada governo nacional foi gerindo a questão.
Dessa forma, a maneira como os governos lidaram e reagiram à crise do coronavírus foi muito mais decisiva em termos de reputação de marca-país do que qualquer uma das suas campanhas promocionais turísticas ou comerciais para promover os seus países.”
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