Sintra fica a curta distância de Lisboa e é uma boa visita para turistas com pouco tempo disponível e que apenas pretende conhecer a região. O cenário em Sintra é quase de conto de fadas, repleto de belos palácios, jardins exóticos e lendas escondidas em qualquer recanto.
Por tudo isto é fácil pensar que tudo o que há para ver em Sintra é bastante interessante. E tanto assim é que a vila foi declarada Património da Humanidade em 1995. Sintra fica localizada no meio de um parque natural, o que a converte num destino ideal para desconectar, e (porque não), também para fazer algum exercício físico, muito por culpa das suas ruas inclinadas.
O encanto único de Sintra é inquestionável a nível mundial, e por esta razão não podíamos deixar de partilhar consigo uma pequena lista sobre o que ver em Sintra. Vem connosco neste passeio por esta misteriosa vila?
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O que ver em Sintra: descubra 10 lugares fascinantes
Palácio da Pena
Para nos familiarizarmos um pouco com a sua história, vale a pena destacar que foi em tempo antigos um convento de monges da Ordem de São Jerónimo. No entanto, após a ida destes para a zona de Belém, e já no século XIX, o rei Dom Fernando II decidiu adquirir as ruínas e reconstruí-lo para oferecer à rainha Dona Maria II. Seria o arquitecto Ludwig von Eschewege que esteve à frente das obras de ampliação, adicionando interessantes formas arquitectónicas e decorativas e criando também um belo jardim de estilo inglês com milhares de espécies botânicas vindas de todo o mundo.
Com o fim da monarquia e o consequente exílio da família real, o Estado tomou conta do Palácio e abriu-o ao público em 1910 (graças ao qual, obviamente, hoje podemos inclui-lo nesta selecção sobre o que ver em Sintra).
Apesar de espectacularidade do exterior captar toda a atenção, também se recomenda uma visita ao seu interior, onde poderá observar a capela onde está exposto um retábulo atribuído a Nicolás Chanterenne, um dos arquitectos do Mosteiro dos Jerónimos, salas privadas, sala de refeições, salões, quartos e uma cozinha recheada de utensílios interessantes.
Quinta da Regaleira
António Carvalho Monteiro contou com a grande ajuda de Luigi Manini, arquitecto conhecido pelo seu trabalho no Scala de Milão, a quem foi incumbida a tarefa de viajar por Portugal e pala Europa enquanto tomava nota dos distintos estilos arquitectónicos e das correntes estéticas para as incluir na obra. Qual foi o resultado? Acabou por ser uma conjugação única de motivos românticos, neogóticos, manuelinos e mitológicos. Com efeito, durante a visita ao interior do palácio poderá observar alguns dos esboços tirados pelo arquitecto durante as suas viagens.
Para além disso, a sua inspiração levou-o a criar jardins cheios de plantas e árvores exóticas, túneis secretos, cascatas escondidas e fontes espectaculares, como por exemplo a Fonte da Abundância.
Mas esta não é a única surpresa que encontrará no interior do palácio. Para além de ser um apaixonado pela astrologia e ciências ocultas em geral, Carvalho Monteiro era maçom, pelo que durante a visita poderá conhecer numerosas referências à maçonaria e aos templários, sendo a destacar especialmente a maior atracção: o Poço Iniciático. Também conhecido como “torre invertida”, trata-se de um poço profundo em forma de espiral que forma um total de nove pisos ligados entre si. Conta a lenda que as nove voltas do Poço Iniciático simbolizam o Inferno da Divina Comédia de Dante Alighieri, e que o ritual maçónico representava o renascer pelo qual os mações deviam subir até à entrada superior, que era vigiada pela Fonte dos Dragões.
Cabo da Roca
As suas falésias foram até finais do século XVI considerados o fim do mundo. É por isso que poderá encontrar ali uma loja de recordações de onde poderá levar uma prova que já esteve no “fim do mundo”.
O miradouro, não obstante, não é apenas interessante pelas vistas assombrosas, mas também por nos permitir conhecer um marco com a inscrição das coordenadas exactas do lugar. Aproveite ainda para conhecer o farol. Este farol foi inaugurado em 1772, sendo o primeiro farol construído em Portugal, embora a sua forma actual remonte a 1842.
Recomendamos ainda (se tiver oportunidade) que aproveite a visita para coincidir com o pôr-do-sol. A vista do sol é o melhor momento para visitar o cabo. Já Luís de Camões descreve o Cabo da Roca como “o lugar onde a terra acaba e o mar começa”.
Castelo dos Mouros
Para fazer uma breve história do Castelo dos Mouros vamos remontar ao tempo compreendido entre os séculos VIII e IX, período durante o qual foi erguido pelos árabes como enclave defensivo. O objectivo era vigiar os caminhos que uniam Sintra a Lisboa, Cascais e Mafra. Após a conquista cristã de Portugal, o castelo entrou em decadência por causa da falta de manutenção, tendo mesmo ocorrido algumas catástrofes como um grande incêndio em 1636 e o devastador terremoto de 1755. No século XIX o castelo foi restaurado por Dom Fernando II, que se propôs converter a região numa zona turística. No entanto, apesar da restauração, o castelo manteve o encanto das antigas ruínas.
Actualmente conserva alguns restos da muralha exterior (como uma porta árabe com arco de ferradura) e portões românticos. São cinco torres que flanqueiam a muralha, sendo a mais elevada de todas a Torre Real. Experimente subir para ver as vistas maravilhosas do topo. “Apenas” terá é de subir umas escadas mais aconselháveis a pessoas em boa forma física.
O interior apresenta características próprias do românico português, como a planta longitudinal, uma única nave ou uma abside abobadada onde ainda é possível apreciar alguns frescos; não será surpreendente saber que a capela foi construída sobre uma necrópole medieval.
Poderá ainda apreciar uma enorme cisterna construída na época da ocupação árabe. Esta será uma visita muito interessante e um dos lugares no roteiro de coisas a ver em Sintra.
Palácio de Monserrate
Fica próximo do centro histórico de Sintra, e é uma das jóias arquitectónicas e paisagísticas mais belas do Romantismo em Portugal, para além de ser um exemplo perfeito do carácter ecléctico da sua época (combina influências góticas, indianas e árabes, assim como motivos exóticos e naturais).
A sua construção foi realizada sobre um antigo edifício neogótico. Data de meados do século XIX, sendo originalmente a residência de verão da família do aristocrata Francis Cook.
Na entrada podemos observar a figura de uma quimera, símbolo da confluência típica romântica do fantástico com o mitológico. O edifício, como já referimos, tem também algumas reminiscências árabes, uma torre circular de dimensões consideráveis e várias cúpulas vermelhas. As janelas são em estilo gótico e no seu interior iremos ver uma bela decoração marcadamente oriental.
Vale a pena mencionar que após a última restauração é possível aceder ao segundo piso, onde a decoração exuberante continua a reinar. Aproveite a visita e não olhe para o relógio porque vale a pena apreciar tudo calmamente.
A espectacularidade do palácio também chega ao enorme relvado que se estende à sua volta, como se fosse um jardim botânico onde convivem cerca de 3.000 plantas exóticas procedentes de todo o mundo. Este parque está dividido em distintos jardins históricos, correspondentes a distintas áreas geográficas, formando uma área perfeita para descansar e tirar algumas fotos incríveis.
Palácio Nacional de Sintra
No exterior destacam-se duas chaminés cónicas que se elevam e destacam sobre a região. As paredes estão cobertas por alguns dos azulejos mais antigos e mais bem conservados do país.
O interior está dividido em diferentes zonas, tais como a sala dos cisnes (onde decorriam as festas e os banquetes reais), a sala dos Brasões (que se destaca pelos azulejos e os brasões de famílias nobres do século XVI) ou a Capela Palatina, com mosaicos policromados de influência árabe.
A Sala das Pegas, por seu lado, alberga no interior uma lenda. Conta-se que as pegas pintadas encarnam as mulheres de companhia do rei Dom João I. Este, ao ser surpreendido pela rainha a beijar uma delas, começou a ser ridicularizado pelas damas. E como vingança decidiu dedicar-lhes esta sala.
Convento dos Capuchos
O convento dos Capuchos é um humilde mosteiro franciscano construído em pedra por D. Álvaro de Castro, filhos do vice-rei das Índias, durante o século XVI. A sua finalidade seria integrar-se na natureza, conferindo-lhe assim um ar de mistério devido ao contacto directo com a natureza porque os monges viviam de acordo com uma filosofia de extremo despojamento arquitectónico e decorativo.
Reza a lenda que, durante uma caçada na serra de Sintra e quando perseguia um veado, o quarto vice-rei da Índia, D. João de Castro, se terá perdido e terá adormecido de cansaço debaixo de um penedo. Em sonhos, ter-lhe-há sido revelada a necessidade de erguer um templo cristão naquele local; uma missão que já não pôde presenciar em vida. A partir daí estabeleceram-se comunidades de monges franciscanos de forma sucessiva, sendo a primeira formada apenas por oito monges. O mais conhecido deles seria Frei Honório, que terá vivido quase cem anos, tendo passado os últimos trinta no convento, cumprindo penitência.
A extinção em 1834 das ordens monásticas obrigou os franciscanos a abandonar o convento, tendo o espaço sido adquirido pelo Visconde de Monserrate e passando finalmente em 1949 a pertencer ao Estado Português. Desde então o convento tem vindo a degradar-se, o que explica que actualmente se encontre em ruínas.
Dentro do complexo, podemos encontrar espaços interessantes, como a capela do Senhor dos Passos, onde ainda é possível apreciar restos dos azulejos azuis que representam cenas da Paixão de Cristo, ou a Sala do Coro Alto, onde eram entoados os cânticos durante as missas.
Por meio de um corredor, podemos aceder à zona das pequenas celas onde dormiam os monges e onde levavam uma vida dedicada à reflexão e à renúncia dos bens materiais. O único elemento usado na decoração era a cortiça, elemento útil para isolar os tectos das celas diminutas onde os monges descansavam. Aqui podemos ter uma pequena ideia das duras condições de vida, até porque não seria possível aqui caber totalmente esticados.
Esta é uma visita indispensável que nos ajuda a compreender o seu modo de vida e também a compreender um pouco como viviam nessa época.
Praia da Ursa
Tal como anteriormente, depois do que foi dito até agora sobre o que ver em Sintra, também este local tem a sua própria história. Reza a lenda que antigamente ali costumava viver uma ursa acompanhada pelas suas crias. Quando o gelo da serra começou a derreter-se, os deuses avisaram todas as criaturas para abandonarem o mar. no entanto, a ursa manteve-se ali, optando por morrer no lugar onde tinha nascido. Então os deuses em fúria transformaram-na juntamente com as crias em pedra e condenaram-na a passar ali o resto dos tempos.
Este lugar mágico é também perfeito para os mais exploradores e amantes da diversidade natural. Por exemplo, quando a maré baixa podem ser observadas na praia rochas e pequenas poças de água transparente. Ali pode ver-se a riqueza da como uma vida marinha, nomeadamente caranguejos, estrelas do mar ou percebes.
Não perca esta experiência incrível!
Palácio de Seteais
O marquês empreendeu obras de ampliação entre 1801 e 1802, construindo uma ala de fachada simétrica à já existente, formando um arco triunfal para comemoração da visita do Rei Dom João VI e da rainha Carlota Joaquina. No entanto, não teve muito tempo para desfrutar das obras porque faleceu em 1803. Em 1946 o Estado acabou por adquirir a propriedade, mas conflitos derivados dos direitos de exploração levaram à transformação do palácio num hotel de luxo no ano de 1954.
Mas ainda mantém actualmente o encanto de palácio de estilo neoclássico. Aqui podem ser apreciadas algumas das melhores vistas na região. A decoração interior respeita o encanto da sua época: destaca-se a Sala de Pillement (coberta de frescos pintados por discípulos de Jean Pillement), o grande salão de refeições (com sereias, tritões e uma exuberante vegetação) e outro salão mais pequeno de clara influência chinesa. Actualmente é permitido aos turistas passear nos jardins, tomar alguma coisa em alguma das salas ou comer no restaurante do hotel.
Sabe-se que a origem do nome é uma derivação da palavra «centeais», que é uma alusão aos campos de centeio da zona. No entanto, há também uma história popular conhecida como a lenda dos lamentos que remonta aos tempos da reconquista cristã. Segundo a lenda, se visitar o Seteais e disser “ai”, o eco devolve-o seis vezes, por causa de Anasir. Anasir seria uma jovem moura condenada a morrer caso dissesse “ai” sete vezes. A jovem que fugia do Castelo dos Mouros acabou por ser salva pelo nobre Dom Mendo Paiva, que se apaixonou por ela. Os mouros acabaram por encontrá-la. Desesperada, gritou “ai” várias vezes e antes de ser degolada disse a sétima vez. Anasir morreu e Dom Mendo Paiva prometeu então que a vingança seria eterna.
Vila Sassetti
Os terrenos estão abertos ao público e incluem um percurso que sobe até ao Penedo da Amizade, com 45 metros de altura e bastante popular entre alpinistas. Os jardins, em estilo romântico, incluem canais de água e grandes árvores, tornando o local um verdadeiro oásis de paz. Uma visita indispensável que lhe permitirá encontrar o equilíbrio perfeito entre arquitectura e natureza, e que é actualmente um símbolo cultural de Sintra e parte de um fantástico circuito.
Onde ficar em Sintra
Agora que já sabe o que ver em Sintra, apenas lhe falta terminar de planear a viagem para descobrir este lugar fantástico Por essa razão, queremos também ajudá-lo a encontrar as melhores ofertas de hotéis em Sintra. Aqui fica uma pequena selecção.
Para além de tudo o que ver em Sintra, não perca também…
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Agora para saciar a sua fome, aconselhamos também a dar uma vista de olhos aos artigos que já publicámos com os 10 pratos da cozinha portuguesa imperdíveis e os 12 pratos típicos de Portugal que tem mesmo de experimentar. Vai ficar ainda mais apaixonado por Portugal.
Esperamos que tenha aproveitado bem esta pequena selecção dos locais que tem mesmo de ver em Sintra. Como sempre, convidamo-lo a deixar todas as suas impressões na secção de comentários. Diga-nos se está a pensar visitar Sintra proximamente ou se já teve oportunidade de a conhecer? Qual das nossas escolhas do que ver em Sintra lhe pareceu mais atractiva?