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Montalegre, a terra da sexta-feira 13

montalegreJá perto da fronteira encontramos uma vila típica de zonas de montanha. É Montalegre, uma vila transmontana, sede de concelho, situada na linda região das terras altas de Barroso, que inclui as serras do Gerês, do Larouco e do Barroso, e que forma uma zona natural de serras, carvalhais, rios e ribeiros, árida e ao mesmo tempo aconchegante. Devido ao seu isolamento ainda encontramos no Barroso costumes ancestrais já desaparecidos em outras regiões, mas que são tão bem mantidos por aqui. Uma parte do concelho de Montalegre está inserido no Parque Nacional da Peneda-Gerês.

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História de Montalegre

Um pouco por toda a região encontram-se vestígios arqueológicos que mostram uma presença humana desde tempos pré-históricos. De facto e no local onde se encontra a vila de Montalegre, é provável que tenha existido um povoado castrejo pré-histórico que, mais tarde, teria dado lugar a um povoado de vocação agro-pastoril. Por Montalegre passaram Lusitanos, Celtas, Visigodos, Suevos e, claro, Romanos, que deixaram um importante património arqueológico, tendo sido posteriormente uma terra importante na Idade Média, dado a sua localização estratégica. Montalegre conta, pois, com uma interessante história e um património rico. É uma das povoações mais conhecidas das Terras de Barroso, uma região de montanha, de verdes prados e também terra de lobos.

Mas a história de Montalegre começa verdadeiramente no século XIII quando Afonso XIII lhe concede o foral. Nessa altura o castelo ainda não existia, mas em 1281, pelo menos uma parte dele já se erguia em Montalegre, segundo uma carta de D. Dinis a D. Isabel. Na carta o rei oferecia doze castelos, entre os quais o de Montalegre. Em 1289-1331, no reinado de D. Afonso IV, o castelo é reedificado. Já no século XIX foi colocado o relógio circular no cubelo maior, passando a ser designado por torre do relógio. Esta antiga fortaleza defensiva, de importância vital em região fronteiriça, é hoje em dia o elemento que atrai os visitantes à vila. Está muito bem conservado e aberto às visitas fica situado na parte mais alta da povoação, quase a mil metros de altitude.

pitões das júnias

Outras atracções

Todo o concelho de Montalegre respira um ambiente histórico e pitoresco, como as Igrejas Românicas de São Vicente de Chã e de Viade e as várias casas senhoriais espalhadas pela região, que tão bem têm sido mantidas, muitas delas hoje em dia transformadas em unidades de alojamento turístico de qualidade. Uma das aldeias a não perder é Pitões das Júnias, bem no Parque Nacional da Peneda-Gerês, e o seu Mosteiro de Santa Maria das Júnias (séculos IX e XI), que tem conseguido manter ao longo dos séculos a sua pequena população e o aspecto medieval, de construções em pedra, sendo um dos principais atractivos turísticos desta região nos meses de Verão. Todos estes lugares mantêm antigas tradições próprias da região, e entre elas está a boa mesa. Os restaurantes de Montalegre e arredores têm muito boa fama.

sexta feira 13

Sexta-feira 13 e festa do Fumeiro

Mas Montalegre tem-se sabido promover turisticamente. Montalegre é muito conhecida pela sua festa das sextas-feiras 13 e pela Feira do Fumeiro.

Nas sextas-feiras 13, Montalegre enche-se de pessoas vestidas de negro e chapéus em bico, vindos, sabe-se lá de onde. Neste dia das bruxas e da bruxaria que durante toda a noite enche as ruas, restaurantes, cafés e bares, improvisam-se outros tantos ao virar de cada esquina, o que importa é que a cerveja não falte ou a queimada para os lados do castelo. Este dia de festa em Montalegre leva à vila mais visitantes (nacionais e estrangeiros) do que a festa do Senhor da Piedade (a festa anual de Montalegre).

Claro que vale a pena, não só por uma noite bem passada, pela boa mesa que Montalegre sempre apresenta a quem a visita, mas por todo um espectáculo que a vila proporciona aos visitantes, feito já com muito profissionalismo de luz e som, muita música e teatro de rua que acontece também um pouco por todo o lado, embora o momento alto aconteça junto às torres do castelo que se transformam em gigantes telas de projecção de um espectáculo de luz e som.

Dizem que tudo começou graças ao Padre Fontes, e muitos lamentam não ter uma Padre Fontes na sua terra, mas a verdade (e sem minimizar o valor do padre) é que um homem sozinho, por muito genial que ele seja, pouco ou nada faz se não tiver o apoio da sua população e da sua autarquia. As boas ideias sem uma “pequena” ajuda não vão muito longe. Montalegre pode ser apontada como um exemplo de uma vila transmontana na produção de eventos, onde uma ideia que inicialmente até parecia disparatada, se tornou um sucesso, fazendo já tradição, pois em qualquer sexta-feira 13, todos os caminhos vão dar a Montalegre.

feira do fumeiroSe puder aproveite para visitar esta região de forte cariz tradicional, que ainda conserva o seu artesanato típico de peças de madeira e bordados em linho e rendas, e a sua gastronomia afamada, sobretudo no que toca à produção de enchidos e presunto, sendo a Feira do Fumeiro que se realiza anualmente em Janeiro, a oportunidade ideal para adquirir estas iguarias.

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